Água mais cara Não!

No dia 6 de dezembro, com forte repressão policial em meio a bombas, gás lacrimogêneo, prisões injustas e um plenário vazio de oposição, a Alesp aprovou o PL 1501/2023, que privatiza a Sabesp, a empresa pública de saneamento, responsável pelo abastecimento de água e esgoto de milhões de pessoas no estado. O governador Tarcísio de Freitas liderou a venda da maior empresa de saneamento da América Latina para o setor privado, inconstitucionalmente e sem consulta popular. Isso ameaça aumentar as tarifas, piorar o serviço, prejudicar os mananciais, impactar negativamente os trabalhadores e agravar a desigualdade no acesso à água.

A Polícia foi convocada para interromper os protestos contra a privatização! Com o uso de cassetetes e gás lacrimogêneo, vários militantes e ativistas foram feridos, espancados e saíram sangrando da Assembleia Legislativa.

Apesar da violência, fizemos muito barulho e participamos de uma das maiores mobilizações da história sobre um tema tão vital e urgente como a nossa água. Mais de 800 mil pessoas votaram contra a privatização em um plebiscito, vários estudos foram publicados mostrando os riscos e prejuízos da privatização, enviamos centenas de milhares de e-mails aos parlamentares, e mobilizamos centenas de pessoas para audiências e manifestações nas ruas. Nossa voz ecoou pelo estado e nossa mobilização incomodou os deputados a ponto de eles pedirem para bloquearem os e-mails da nossa campanha!

Conseguimos adiar a votação por duas vezes e expor quem eram os deputados que votaram contra o nosso direito à água. Esses deputados ignoraram a nossa voz em troca de milhões em emendas parlamentares e entregaram a nossa água para o mercado.

Perdemos uma batalha, mas não a guerra. O projeto de lei, apesar de aprovado, é inconstitucional em vários aspectos e ainda precisa passar pelas Câmaras Municipais. Existem brechas no projeto, como a ausência de cláusulas nos contratos das cidades sobre o rompimento imediato em caso de transferência acionária para a iniciativa privada. Esses são pontos que ainda podemos influenciar e vamos combater.

A luta pela água continua!

Veja como foi 

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